terça-feira, 23 de junho de 2009

Alunos da Rede Pública são isentos da taxa do vestibular em federais

Míriam Vagli - 1º período
[Matéria publicada pelo Jornal do Estado]

Os alunos do ensino médio de escolas públicas não terão mais que pagar taxa de inscrição de vestibular para universidades públicas. Essa é a proposta do projeto de lei PLS 120/03, aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, na quarta-feira (22/04/09), que valerá também para os estudantes com renda familiar de até dois salários mínimos.

Com as mudanças do ENEM e a isenção da taxa de inscrição do vestibular, o aluno da Escola Estadual Dr. José Marques de Oliveira, Tiago de Oliveira Aguiar (18), considera essas medidas uma forma de incentivo para os alunos de escolas públicas prestarem universidades federais e estaduais, porém acha que a taxa deveria ser isenta para todos. Ele quer cursar educação física na UFOP ou UFLA e está confiante quanto à preparação dada pela escola onde estuda.


O aluno da mesma escola estadual, Matheus Afonso Santiago (17), quer prestar jornalismo na UFJF e diz que “a taxa de isenção não é justa. Todos deveriam pagar o mesmo valor, pois as escolas públicas já têm muitas vantagens”. Edvaldo de Almeida Silva (17), além de achar que as inscrições deveriam ser dadas pelo governo a todos, sentiu-se prejudicado em relação ao novo ENEM, já que sua escola divide as turmas pré-vestibulares por áreas específicas (humanas, exatas e biológicas) e sabe que terá de estar preparado em todas as áreas para se sair bem na prova.

Uma das questões que passa pela cabeça dos estudantes é se as escolas públicas estão preparadas para competir com as escolas particulares. Na opinião de Mariana Laís Franco Balbino (16), não estão. Cursando o terceiro colegial da Escola Estadual Monsenhor José Paulino, Mariana, que prestará Direito na UFES, relata que os alunos da rede pública brincam mais e não levam a sério os estudos, pois não pagam nada por isso. “A gente pode até repetir de ano e nossa vaga continua lá”, diz ela, e acrescenta que há quem estude em escola do governo e que tenha boas condições financeiras, assim como há quem estude em escolas privadas, porém com dificuldades. Diante disso, a taxa do vestibular deveria ser isenta para todos.

A apreensão quanto ao novo ENEM é generalizada e o estudante do terceiro ano do ensino médio, da rede privada, Guilherme Lima Teixeira (17), que tentará ingressar na Unifei em engenharia de controle de automação, diz que a prova deveria ser testada antes de entrar em vigor, pois assim o governo saberia se ela é melhor ou não. Em relação à taxa de inscrição ser gratuita para os egressos da rede pública, Guilherme considera justo: “É obrigação do governo pagar a inscrição para aqueles que sempre estudaram de graça.”

Nathália Cardoso Rios Vieira (16), estudante do terceiro colegial de uma escola particular, vai tentar o curso de Direito na UFMG e UFC e prefere a forma antiga de avaliação do ENEM, em que a nota era somada ao resultado do vestibular. Independentemente de o aluno ser egresso da rede pública ou privada, Nathália gostaria que a taxa do vestibular fosse, ao menos, mais barata: “pagar cem reais por uma inscrição é muito caro”, conclui.

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