sexta-feira, 26 de junho de 2009

Jornalistas de Pouso Alegre repudiam decisão do STF

Renatha Pierini - 3º período
[Matéria publicado pelo Jornal do Estado]
Após o Supremo Tribunal Federal (STF), ter revogado o decreto-lei 972/69, profissionais do jornalismo de Pouso Alegre se manifestaram contrários à medida. A Lei regulamentava a atividade jornalística há 40 anos e estabelecia que o diploma era obrigatório no exercício da profissão. Os ministros alegaram, com oito votos a um, que para exercer o jornalismo não é necessário haver formação acadêmica.´

A editora, Carla Ramos, formada em jornalismo, concorda que vivência, experiência e talento são muito importantes nesta e em outras profissões. Muitas pessoas que possuem outras formações ou mesmo que não as possuam, sabem se expressar de forma coerente. Porém não há fatos que generalizem esta questão. “É uma visão romântica achar que para ser jornalista basta ter um bom texto ou uma boa oratória. Qualquer pessoa que cursou a faculdade de comunicação e soube tirar proveito do curso, sabe que a técnica e os conhecimentos adquiridos fazem a grande diferença”, afirmou.

De acordo com a jornalista e assessora de comunicação, Cyntia Andrade, de maneira alguma o profissional de jornalismo é formado apenas pela prática. Durante toda a formação acadêmica ele adquire conhecimentos que farão a diferença para o mercado como, bagagem intelectual e retidão ética. “A graduação em jornalismo não nos proporciona somente conhecimentos técnicos, mas sim uma formação humanística e crítica. Passamos por disciplinas densas e bastante teóricas. Ele utiliza de fundamentos que vão além de definições ortográficas e gramaticais”, ressaltou.

No conteúdo do relatório em que os ministros expressaram seus motivos para a decisão, o relator e presidente do STF, Gilmar Mendes, afirmou: “A vigente Constituição Federal garante a todos, indistintamente e sem quaisquer restrições, o direito à livre manifestação do pensamento (art. 5º, IV) e à liberdade de expressão, independentemente de censura ou licença (art. 5º, IX). São direitos difusos, assegurados a cada um e a todos, ao mesmo tempo, sem qualquer barreira de ordem social, econômica, religiosa, política, profissional ou cultural. Contudo, a questão que se coloca de forma específica diz respeito à liberdade do exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, ou, simplesmente, liberdade de profissão. Não se pode confundir liberdade de manifestação do pensamento ou de expressão com liberdade de profissão”.

Na visão do repórter, formado em Jornalismo, Adevanir Vaz, é perigoso quando a credibilidade e a independência de um país são colocadas em prova, ainda mais quando se trata de um sistema democrático em consolidação e cheio de distorções. Além disso, diz ser impossível que profissionais de uma redação, consigam dar o devido suporte a uma pessoa, como um professor daria a um estudante do curso de jornalismo. “Seria de bom tom que os profissionais de jornalismo no Brasil tivessem uma formação acadêmica para que, ao menos, eles tenham consciência das transformações que podem promover em um país cujas distorções sociais e políticas maculam os ideais de justiça e liberdade defendida por nossos excelentíssimos ministros da corte maior quando da decisão de extinguir a obrigatoriedade do diploma para esta malfadada profissão”, considerou.

Quando uma categoria profissional é regulamentada por Lei, são determinados direitos aos que dela fazem parte, assim como, o estabelecimento de um piso salarial. Adevanir ressalta, que as empresas jornalísticas contratam profissionais sem formação apenas para atender aos interesses específicos, “Outros aspectos da profissão, como remuneração e credibilidade, obviamente serão afetados por tabela”.O jornalista, apresentador de TV e assessor de imprensa, Lucas da Silveira, considerou lastimável e inconsequente a decisão do STF. Afirmou ainda, que o diploma de jornalista deve ser reconsiderado com urgência para garantir a qualidade dos meios de comunicação, bem como, a veracidade com que são veiculadas as informações. “A liberdade de expressão está aí, todos tem acesso, mas para trabalhar com comunicação é importantíssima e primordial o diploma de uma pessoa qualificada, no caso, o jornalista. Precisamos ter a classe unida e cobrar da Câmara Federal um projeto de lei para revalidar o diploma”, declarou.

2 comentários:

  1. Esse layout ficou bem mais atraente! Ta cada dia melhor o Jovens Jornalistas!
    Quanto ao repudio à decisão do STF, considero que o Jornalismo está mais forte, mais unido e vamos aguardar a votação da PEC.

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  2. É Edna concordo com você nas duas questões que colocou... em relação ao diploma concordo que a classe está mais forte!!!

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